Hoje venho postar e
comentar mais uma das historinhas contadas por Solange Maria do Carmo, durante
a formação que tivemos entre os dias 21 e 24 de julho de 2014 na Capelinha.
Gostaria de iniciar
falando de uma pergunta feita no facebook por Imaculada Cintra que gerou boa repercussão
e que tem tudo a ver com o assunto em questão: “Aqui pensando... Se existe tanta gente com uma vasta
caminhada de fé na comunidade, porque ainda temos essa escassez de catequistas
em todas as paróquias???????????”.
“Havia um cachorro
dormindo tranqüilo, quando sentiu o cheiro de um coelho desavisado que passou
por ele. O cachorro abriu os olhos e viu o gordinho coelho que, com o susto, se
pôs a correr.
Sem pensar muito,
devido ao instinto de caçador do cachorro, este se pôs a correr e a latir, atrás
do apetitoso coelhinho que corria por todos os lados, em busca de um
esconderijo, o qual não encontrava.
Quem já ouviu um
cachorro caçar em silêncio? Nem eu. E nosso cãozinho aqui não era diferente.
Quem nunca viu um
cachorro correr atrás de uma roda, e a medida que passam por outro cachorro,
este também começa a correr, só para compartilhar o instinto da raça?
Desta forma, conforme o
coelho ia ganhando chão, o cachorro seguia latindo atrás dele e outro cachorro
o ouviu, passando a seguir latindo atrás.
Outro cachorro ouviu
aquela algazarra toda e apressou-se a seguir a fila e assim, outro e mais outro
e quando se deu conta, mais de dez cachorrinhos estavam correndo atrás do
primeiro que corria atrás do coelho.
Acontece que, em um
dado momento, o último cachorro da fila parou e pensou: - Por que estou
correndo afinal? – e resolveu ir descansar, deixando o posto de último da fila
para outro cão.
O outro cãozinho, agora
o último da fila, também não entendeu porque tantas voltas e tantos latidos. Cansou-se
da brincadeira e resolveu ir dormir mais um pouco.
Cachorro é um bicho
esperto e, em pouco tempo, todos pararam para refletir e chegaram a mesma
conclusão de que dormir era mais negócio, e foram todos para o seu descanso,
ficando apenas um cãozinho, ainda correndo e com o mesmo entusiasmo inicial.
Este era o primeiro cãozinho.
Moral da história:
Somente este cãozinho havia visto e sentido o coelhinho. Os demais estavam
seguindo o cachorro, mas o primeiro cachorro não seguia ninguém, ele estava
caçando mesmo.”
Solange apresentou esta
historinha para nos fazer entender as palavras de Bento XVI que disse: “Nós não
nos tornamos cristãos por causa de leis, mas por causa do encontro com Cristo”.
Em minha primeira
formação, a própria Imaculada Cintra disse que estamos lá, como catequistas,
porque fomos chamados por Cristo. Os motivos que encontramos como: porque eu
gosto de estar com crianças ou porque isso me faz bem, ou ainda, porque quero
dividir o que eu sei, entre outras, são meras desculpas que não justificam nada.
“Voluntariado e vocação eclesial são
coisas distintas.” – Diz Roseli Miranda em um comentário no post de
Imaculada, acima citado. E não está errada. Isto foi dito na formação, está
embutido nas palavras de Bento XVI e é de conhecimento da maioria dos
catequistas. Entretanto, é de conhecimento dos paroquianos?
Sabemos que os discípulos de Jesus não profetizavam, apesar
da convivência com Cristo, mas foi por causa desta convivência que receberam o
Espírito Santo e começaram a grande missão evangelizadora que chegou até nós.
O que estou tentando dizer é que nos falta fazer a
algazarra que aquele primeiro cãozinho fez, durante a sua caça, para que
despertemos o interesse nas pessoas, como foi despertado naqueles cachorrinhos
que seguiram o primeiro.
Cristo não é apenas um coelhinho e, exatamente por isso,
Ele não ficará oculto como o coelhinho da história, mas é preciso que, antes de
mais nada, coloquemos as pessoas na fila dos catequistas que correm atrás de
Cristo.
Como podemos fazer isso? Eu não sei como, ou estaria
fazendo neste momento, mas acredito que um grande passo seria convidar.
Convidar as pessoas para participarem conosco. Convidar as
pessoas para ler o que lemos, convidar as pessoas para participar do que
participamos e não nos preocuparmos com o coelhinho, porque Ele se mostrará e
tocará o coração daqueles que tiveram a vocação. Mas é preciso que estejam
abertos a isso e somente participando, poderão estar abertos.
Eu não sei, mas os organizadores do evento, tema destas
postagens que estou fazendo, têm o número exato de pessoas que se apresentaram
para ingressar na catequese a partir daquele evento. Isso não é o começo?
Sabemos que muitos convites precisam ser feitos para que
apenas uma pessoa possa ser catequista, mas se não fizermos estes convites,
como saberemos quantos são necessários?
Eu, Edison Mendes, sou apenas um catequista iniciante e não
tenho, certamente, nem conteúdo para manter um blog, mas quem disse que eu
preciso? A mim cabe fazer o que eu sei fazer, em nome da catequese, para que
possa difundir esta vocação.
Você que le estas linhas neste momento, o que pode fazer
para ajudar? Será que postar algo aqui não seria interessante? Por isso convido
a você, a deixar sua colaboração em forma de comentário. Qualquer um pode
fazê-lo, não precisa se preocupar com ortografia, porque eu posso corrigir
isso.
Um amigo catequista, cujo nome não citarei por não ter solicitado
a sua permissão, me contou que foi se oferecer para ser catequista em uma
paróquia e estava tudo acertado já, quando a pessoa que o atendia perguntou-lhe
o que ele fazia para viver e ele respondeu que era policial.
Segundo ele, a pessoa disse que não era bom que ele fosse
catequista porque policiais são pessoas que precisam usar de força no trabalho.
Veja como o despreparo nos faz ser pessoas, ainda que
despreparadas, quase solitárias em nossa missão catequética. Mas isso precisa
ter fim e precisamos repetir frases como uma que ouvi de uma amiga semana
passada: Ser catequista “não é
um testemunho moral, mas existencial. Se for olhar testemunho moral, ninguém
pode ser catequista..."
Aqui terminam os posts a respeito da formação na Capelinha,
porque foi o que consegui assimilar. Muito mais foi comentado e conteúdo muito
maior que este foi compartilhado ali, mas minha capacidade de compreensão é
limitada. Por isso, convido as pessoas que lá estiveram a deixar abaixo, como
comentário, demais tópicos que não foram abordados aqui. Quem sabe se
ajuntarmos o apanhado dos tópicos que cada um aprendeu, possamos reproduzir a
riqueza dos ensinamentos que foram compartilhados naquele evento?
Deixo um abraço a todos e o pedido para que Deus nos abençoe,
ilumine e dirija em nossa jornada!
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